Micro Focus lança nova versão do Visual Cobol
A inglesa Micro Focus publicou um webinário, dia 24 de junho, para mostrar as novidades do Visual Cobol 6.0. O produto pretende endereçar alguns dos desafios sinalizados pelo próprio mercado em pesquisa realizada pela empresa no início do ano.
(Como eu sempre gosto de destacar, as opiniões publicadas aqui são apenas minhas, e esse portal não recebe nem recebeu nenhum tipo de incentivo para falar sobre esse produto).
Mais que uma plataforma para construção de programas
Um dos objetivos principais dessa nova versão é oferecer às empresas ferramentas que facilitem a modernização de seu portfólio de aplicações. E por modernização entenda-se:
- Viabilizar a adoção e integração dos sistemas legados com outras tecnologias, tais como API RESTful, .NET e Java;
- Agilizar o processo de delivery, com a adequação dos sistemas a metodologias ágeis e DevOps;
- Abrir caminho para novos modelos de arquitetura e plataformas, permitindo uma relativamente rápida adaptação dos sistemas a nuvens híbridas, containers e RDBMS em plataforma aberta.
Por isso o novo Visual Cobol incorpora features e módulos especiais que pretendem não só aumentar a agilidade e o controle sobre o processo de manutenção e desenvolvimento, mas também expandir e aprofundar o conhecimento dos desenvolvedores sobre as aplicações com as quais estão envolvidos.
Isso começa com duas novas opções de interface, baseadas em Visual Code e/ou Eclipse. Segundo a empresa, “antigas ferramentas não se misturam bem com novos desenvolvedores”. Novos desenvolvedores normalmente estão familiarizados com esses editores de código, frequentemente utilizados para outras linguagens e plataformas.
Outra ferramenta importante é o Cobol Analyser, que promete ajudar equipes de desenvolvimento e manutenção a absorver conhecimento sobre determinado sistema, através de geração automática de documentação, gráficos com fluxos de dados e processos, e análises de impacto.
A combinação do Cobol Analyser com novos recursos de refactoring busca facilitar tanto a manutenção do dia a dia quanto as intervenções mais complexas necessárias para a modernização dos sistemas. Além da tradicional automação de renaming, comum em qualquer linguagem, as novas ferrametas de refactoring permitem também extrair código para criação de copybooks, seções e programas, além de oferecer opções para fatiamento visual de código.
Todos os recursos pretendem facilitar o caminho para containerização de aplicações e automação do delivery, condições hoje vistas como essenciais para deployment em nuvem e crescimento de escala sob demanda. O fatiamento de código, ou source code slicing, pode ser a ferramenta mais importante para levar sistemas legados e monolíticos a essa nova realidade. Eu já comentei sobre os desafios do fatiamento de código no universo COBOL. Você pode ler o artigo clicando aqui.
Alinhado com as expectativas do mercado
No início desse ano, a Micro Focus encomendou uma pesquisa em quarenta países sobre o uso do COBOL nas organizações. A pesquisa mostrou que cerca de 90% dos entrevistados consideram que suas aplicações críticas e estratégicas ainda estarão rodando daqui a pelo menos cinco anos; 70% afirmou que a modernização dessas aplicações é a melhor opção que têm.
A história nos mostra que o COBOL nunca esteve amarrado a determinadas plataformas. Dos grandes computadores monoprocessamento ao time sharing, do time sharing às virtual machines; dos PCs aos servidores distribuídos, o COBOL sempre se adapta mantendo sua retrocompatibilidade, independentemente da arquitetura em que esteja. E é isso o que faz com que sistemas desenvolvidos há quarenta anos se mantenham estratégicos para as organizações.
Sua adequação para nuvens híbridas, micro-serviços e automação é a próxima fronteira.